Mercado de tokenização: startup propõe o “pix” dos investimentos
Legalfintech brasileira une segurança jurídica e agilidade de um PIX para transformar imóveis, ações e créditos ambientais em cotas digitais negociáveis. Startup é uma das investidas da Aleve LegalTech Ventures.

Desde que o Boston Consulting Group estimou que o mercado global de tokenização de ativos do mundo real pode atingir US$ 19 trilhões até 2033, com crescimento anual médio de 53%, investidores e empresas buscam soluções que tornem esse universo mais acessível e confiável. É aí que a Trustt se destaca: investida da Aleve LegalTech Ventures, a legalfintech foi criada para simplificar e democratizar o processo de transformar bens, direitos e títulos em ativos digitais — os tokens.
A Trustt está ganhando espaço ao oferecer consultoria completa, infraestrutura tecnológica e garantia legal para cada etapa da digitalização de cotas de um negócio. A startup trabalha com a ideia de simplificar a tokenização. Na prática, o token é simplesmente a tecnologia de registro de uma cota digital de um ativo real. Quem adquire essa cota digital passa a ter participação negociável naquele imóvel, ação ou crédito ambiental, com a mesma segurança de uma transação bancária instantânea. “Queríamos proporcionar ao investidor a confiança de um contrato tradicional, com segurança e a velocidade de um PIX”, explica o CEO Michel Vitale.
O processo de emissão das cotas digitais na plataforma da Trustt se desenrola em três etapas. A primeira é a seleção do ativo, em que o cliente indica o bem, seja um edifício comercial, cotas de uma empresa ou créditos de compensação ambiental, e define o valor a ser representado digitalmente. Em seguida, ocorre a estruturação jurídica, na qual especialistas cuidam de toda a regulamentação, redigem contratos e estabelecem como a monetização ocorrerá, garantindo validade perante órgãos competentes. Por fim, acontece a emissão das cotas digitais: a tecnologia registra características do ativo em um livro-razão digital, e o ativo real tokenizado já fica disponível para sua comercialização.
Para atender perfis distintos de emissão e investimento, a Trustt estruturou três principais frentes de serviço. A Trustt S/A, voltada a ativos empresariais, conecta sociedades anônimas de capital fechado a acionistas de qualquer parte do mundo, permitindo a compra e a venda de ações digitais sem burocracia bancária. A Trustt Real Estate, dedicada a ativos imobiliários, atua com cotas imobiliárias em que empreendimentos são convertidos em Sociedades em Conta de Participação (SCPs) digitais, reduzindo custos e oferecendo transparência a todos os cotistas. Já a Trustt Green, focada em ativos ambientais, trabalha com créditos de compensação ambiental, oferecendo emissão rápida, tarifas enxutas, averbação gratuita para assegurar a propriedade dos créditos e ausência de responsabilidade sobre a área adquirida, que fica a cargo de outra instituição.
“A Trustt nasceu para romper o modelo ultrapassado de captação de recursos, em que poucas empresas tinham acesso e investidores precisavam esperar meses por um fechamento”, conta Vitale. Com governança automatizada e custódia dos ativos garantida pela Trustt, as empresas deixam de depender de bancos ou ofertas públicas iniciais para captar capital — e o investidor ganha a liberdade de negociar sua participação a qualquer hora, pelo celular.
Para quem investe, as vantagens são claras: participar de negócios de alta qualidade, antes restritos a seleções fechadas, e ter liquidez imediata, sem incidência de imposto de renda sobre dividendos distribuídos no Brasil. Já para quem emite, a Trustt oferece alavancagem sem juros, eliminação de burocracia e uma governança eficiente que atrai recursos de forma escalável.
Trustt S/A se torna bolsa de valores digital para empresas de capital fechado
A Trustt S/A tem chamado a atenção por atender um nicho de empresas que não conseguem entrar na B3, a bolsa de valores brasileira, nem fazer um empréstimo em bancos em valor suficiente para crescer — um mercado de mais de 200 mil empresas no Brasil, de acordo com Michel Vitale. A Trustt S/A funciona como uma bolsa de valores digital ao criar um ambiente para que acionistas façam suas negociações.
Michel Vitale explica que, para entrar na B3, o custo pode ser de até R$ 24 milhões. Isso significa que uma empresa que fatura até R$ 750 milhões por ano ainda não têm fôlego para chegar à B3 e acessar seus investimentos. Ao mesmo tempo, os empréstimos oferecidos pelos bancos não atendem à necessidade de crédito dessas empresas, o que as coloca em estagnação. Ele cita como exemplos dessa categoria as redes Madero e Havan. “O Brasil tem cerca de 400 empresas na B3, o que é um número muito baixo. Nos últimos 4 anos, nenhuma empresa entrou na bolsa. Mas temos mais de 200 mil empresas de capital fechado que têm porte para captar recursos e estão presas nesse limbo de crescimento”, argumenta. “Agora, essas empresas podem entrar para a bolsa de valores digital da Trustt.”
A Trustt foi a primeira, no mundo, a criar empresas de Sociedade Anônima – S.A totalmente digitalizadas de forma regulamentada, o que tornou possível a criação da bolsa de valores digital. O serviço não se limita a novas empresas justamente pela digitalização de ativos reais e a conversão de livros societários preenchidos a mão em livros digitais. “Por termos nascido como uma legalfintech, termo cunhado por nós e chancelado pela OAB de São Paulo, atendemos a todos os quesitos jurídicos e somos pioneiros globais na digitalização regulada de ações de S.A via tecnologia de tokenização”, comenta o CEO da Trustt. “Encare a Trustt como tokenizadora, mas saiba que o produto da Trustt não é token, é segurança jurídica para gerar liquidez no mercado”, afirma.
Vitale, que vem da Administração de Empresas com ênfase em Análise de Sistemas, acumulou ampla experiência em sua carreira, não se encaixando no perfil da maioria dos jovens fundadores de startups. Ele foi Analista de Sistemas Bilíngue do Grupo Volkswagen, formado por 12 marcas de veículos, entre elas Audi, Lamborghini e Porsche, e líder da equipe de Tecnologia e Inovação do Ministério da Economia entre 2017 e 2020, assessorando a Câmara dos Deputados e a Presidência da República na análise de Projetos de Lei em seus quesitos operacionais. Ele trabalhou, por exemplo, na tramitação do Marco Legal das Startups, que propiciou a contratação de startups pelo poder público.
Sobre a Trustt –Investida da Aleve LegalTech Ventures, é uma startup especializada em digitalização de ativos reais por tokenização, criada para simplificar e democratizar o processo de transformar bens, direitos e títulos em ativos digitais. O serviço de digitalização é dividido em três principais frentes — Trustt S/A para ativos empresariais, Trustt Real Estate para ativos imobiliários e Trustt Green para ativos ambientais — e a compra e venda dos ativos é feita dentro da própria plataforma da startup. Saiba mais em: trust.digital.
Sobre a Aleve LegalTech Ventures: Fundada em 2021, é uma gestora inovadora, especializada em Venture Building de legaltechs. Sua missão é impulsionar a modernização do setor jurídico brasileiro por meio da criação, desenvolvimento e aceleração de startups que integram tecnologia e Direito. Aliando a expertise de mais de 30 anos de seus fundadores, conselheiros e investidores com a força de um ecossistema global de parceiros estratégicos, a Aleve oferece um modelo completo que une governança, compliance, tecnologia, acesso a mercado, jurídico estruturado, fundraising e M&A. Saiba mais em: www.alevelegaltech.com.br