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Setor internacional de tecnologia jurídica deve movimentar US$ 58 bi até 2035, aponta estudo

Com CAGR de 9%, estimativas foram divulgadas no penúltimo trimestre de 2025 pela Market Research Future.

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Poder Judiciário tem até 2026 para fortalecer sua relação com a sociedade, conforme estabelecido no documento ‘Estratégia Nacional do Poder Judiciário 2021-2026’. No entanto, para que esse indicador tenha sucesso, as autoridades do setor já sinalizaram uma preocupação iminente em eliminar o ‘juridiquês’ dos processos – além de torná-los mais compreensíveis para a população.

Esse movimento tem ganhado força com o avanço da tecnologia no setor jurídico, assumindo o papel de facilitador da causa. Segundo estimativas da Market Research Future, realizada no penúltimo trimestre de 2025, o mercado global de tecnologia jurídica deve atingir US$ 58 bilhões até 2035, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 9%.

Em 2024, o setor recebeu uma projeção de US$ 21 bilhões, impulsionado pela chegada da inteligência artificial, sistemas de ‘machine learning’ e a computação em nuvem. Diante de pesquisas e análises jurídicas cada vez mais automatizadas, o fenômeno internacional ganhou forma no Brasil através da plataforma Escavador, referência nacional em dados jurídicos.

A lawtech enfrentou desafios importantes desde 2014 para tornar as informações jurídicas acessíveis ao público em geral. Desde então, a descentralização e a complexidade dos dados, dispersos entre diversos órgãos, tribunais e diários oficiais, exigiram o desenvolvimento de sistemas robustos capazes de coletar, organizar e atualizar milhões de informações em tempo real, garantindo confiabilidade e escalabilidade.

De acordo com Dalila Pinheiro, Senior Legal Analyst e DPO do Escavador, a centralização dos dados públicos mudou a relação entre a sociedade e a Justiça. “Conciliar o acesso público com a privacidade, segurança e uso ético dos dados sempre foi uma prioridade, especialmente diante das rigorosas legislações vigentes. Cidadãos passaram a acompanhar processos próprios ou de familiares, entendendo melhor cada etapa de maneira autônoma. Para as empresas, isso também significou realizar análises de risco, ‘Due Diligence’ e prevenção de fraudes de forma rápida e eficiente, apoiando decisões estratégicas”, explica.

Além disso, Dalila destaca que o Escavador facilita o entendimento da linguagem jurídica tradicionalmente complexa, com o auxílio de sua inteligência artificial proprietária, chamada EscavAI, que resume e esclarece dúvidas, tornando a Justiça mais acessível para todos.

“Os feedbacks que recebemos mostram que as pessoas conseguem compreender o processo de forma simples e prática. Um dos exemplos interessantes que temos é o caso de João, um senhor de 72 anos, que nos trouxe suas dificuldades a respeito de decisões jurídicas. Com as explicações e os resumos fornecidos pelo EscavAI, o mesmo ficou muito feliz e satisfeito com o entendimento e a visão inovadora acerca dos processos”, elucida.

A união entre dados estruturados, inteligência artificial e responsabilidade no tratamento das informações jurídicas permitiu ao Escavador superar barreiras técnicas e reposicionar o papel do cidadão frente ao Judiciário. Dessa forma, a lawtech acabou contribuindo de forma indireta para a ‘Estratégia Nacional do Poder Judiciário 2021-2026’.

Ao traduzir conteúdos complexos em linguagem acessível e oferecer autonomia no acompanhamento de processos, a plataforma fortalece a transparência institucional e torna todo o sistema jurídico mais participativo, que é um dos déficits a se corrigir até 2026.

“A tecnologia foi decisiva para consolidar o Escavador como referência. Investimos no uso de inteligência artificial com modelos de linguagem jurídica, que interpretam e simplificam conteúdos complexos. Vemos um futuro onde a transparência jurídica será cada vez mais digital, ágil e inclusiva. O Escavador continuará democratizando o acesso a informações, aproximando cidadãos e empresas do sistema judicial e promovendo uma Justiça mais transparente e eficiente”, conclui.

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