Uso de IA no setor jurídico deve crescer 33% ao ano, aponta entidade internacional
Após notificação histórica do Superior Tribunal de Justiça nos últimos seis anos, inteligências artificiais se unem ao jurídico para facilitar o entendimento de pesquisas, contratos e documentos jurídicos

De acordo com o último boletim estatístico do Superior Tribunal de Justiça (STJ), até o momento, cerca de 197 mil novos processos foram instaurados em 2025.
O relatório mostra que o número de ações judiciais alcançou seu maior patamar histórico, na comparação com o mesmo período dos últimos seis anos, com destaque para as regiões Sul e Sudeste.
Cada vez mais engajados com ações de ‘compra e venda’, ‘indenização por danos morais’ e até ‘empréstimos consignados’, os paulistas são os que mais recorrem à Justiça, somando 62 mil novos registros, seguido por Rio Grande do Sul (22 mil), Minas Gerais (16 mil), Santa Catarina (13 mil), Paraná (12 mil) e Rio de Janeiro (11 mil casos).
Apesar do volume recorde, a dificuldade em entender e acompanhar a linguagem jurídica tem comprometido a efetividade dos 197 mil casos e dificultado a solução das demandas da população.
Para encontrar alternativas, simplificando termos e jargões do meio jurídico, a Justiça tem se aproximado cada vez mais do mercado de inteligência artificial, e o avanço é significativo, já que o uso de IA no Judiciário deve crescer cerca de 33% ao ano, segundo o relatório ‘Artificial Intelligence in Law Market Research Report’.
Ainda segundo o estudo publicado em setembro pela Market Research Future, as soluções baseadas em inteligência artificial voltadas a pesquisas, contratos e documentos jurídicos devem facilitar o entendimento da população e levar o mercado jurídico global à marca de US$ 26 bilhões até 2034.
Embora o setor movimente atualmente US$ 1,9 bilhão, e esteja em estágio inicial de adesão, o Brasil tem se destacado devido às ferramentas de Inteligência Artificial que norteiam a população nos processos jurídicos.

Segundo Dalila Pinheiro, Senior Legal Analyst e DPO da plataforma ‘Escavador’ – referência nacional em dados jurídicos –, o uso das IA’s no meio jurídico é um facilitador para empreendedores, pessoas com baixa escolaridade ou de gerações diversas (dos boomers à GenZ), derrubando barreiras de linguagem e de conhecimento técnico.
“Imagina uma pessoa de 60 anos, com baixa escolaridade, tentando entender uma palavra ou trecho complicado no processo dela, mas que ainda quer a independência de acompanhar sozinha. Ou um pequeno empreendedor que precisa verificar rapidamente informações sobre um fornecedor antes de fechar um contrato, sem depender de um advogado para cada detalhe. O ‘EscavAI’ – Inteligência Artificial do Escavador, por exemplo, entra exatamente aí: ele explica, resume e tira dúvidas sobre conteúdos jurídicos complexos, permitindo que qualquer pessoa ou empresa compreenda rapidamente o que está acontecendo, tome decisões com mais segurança e se sinta empoderada para lidar com o próprio processo, sem barreiras de linguagem ou de conhecimento técnico”, explica.
Na vanguarda da inovação tecnológica ligada ao Direito no país, Dalila destaca que a ferramenta “EscavAI” possui um modelo de linguagem originalmente desenvolvido por profissionais do Escavador, com o investimento da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Case 100% nacional baseado em dados dos tribunais, a IA permite que os brasileiros consigam respostas precisas, contextualizadas e alinhadas à realidade jurídica do país, sem depender de fatores externos.
Garantindo a eficácia da Justiça, Dalila explica que o “EscavAI, tem o objetivo de enriquecer o acompanhamento e consultas legais, resumindo processos, tirando dúvidas via chat e entendendo as movimentações do processo.
“Com ferramentas como essa, nós permitimos que os cidadãos e as empresas compreendam de forma prática e confiável conteúdos jurídicos complexos. Com a adesão das IA’s, podemos garantir, cada vez mais, que as pessoas entendam os milhares de processos instaurados diariamente no país”, conclui.
Com o volume recorde de processos e a barreira do juridiquês, a resposta passa por traduzir o Direito para o cidadão com apoio de inteligência artificial.
As projeções indicam um mercado que pode chegar a US$ 26 bilhões até 2034, enquanto soluções nacionais como o EscavAI, treinadas em dados dos tribunais e capazes de explicar termos e tirar dúvidas, já mostram resultados, ampliando o acesso e apoiando decisões mais seguras para quem depende da Justiça.